Do art déco ao contemporâneo: A evolução da arquitetura nos últimos 100 anos
A evolução da arquitetura está intrinsecamente ligada à história da humanidade. Afinal, a forma como construímos nossos espaços reflete nossas necessidades, nossos valores, crenças e aspirações.
Por conta disso, a história da arquitetura não se resume somente a mudanças visuais, mas é um reflexo do progresso social e tecnológico ao longo do tempo.
No mês de dezembro, celebramos o Dia do Arquiteto, e para comemorar essa data tão especial, a Uniflex preparou uma série de artigos sobre arquitetura para celebrarmos juntos a importância desse profissional! No tema de hoje, faremos uma viagem pelo tempo e pelos diferentes estilos arquitetônicos dos últimos 100 anos. Vamos lá?
Evolução da arquitetura e os estilos marcantes do último século
A arquitetura é um reflexo vivo das transformações sociais, culturais e tecnológicas ao longo do tempo, e o último século não foi exceção. Desde os primeiros sinais de modernidade até as correntes pós-modernas, a arquitetura do século XX foi marcada por um incessante diálogo entre tradição e inovação.
Vamos conhecer os principais estilos que marcaram esse período:
Arquitetura Art Nouveau
Marcando o início do século XX, a arquitetura Art Nouveau deu seus primeiros passos no Brasil em 1902 com o edifício Vila Penteado, projetado pelo arquiteto sueco Carlos Ekman.
Esse movimento artístico trouxe para a arquitetura uma maior valorização do design de interiores, com destaque especial para a mobília e objetos de decoração artesanais. Nas construções, o uso de materiais como ferro, vidro e cimento ganhou popularidade.
Linhas curvas, irregulares e assimétricas são outras características marcantes da arquitetura desse período. Mosaicos ornamentais se tornaram elementos distintivos, agregando uma riqueza visual às estruturas.
Por fim, as formas orgânicas inspiradas na natureza, como folhagens, flores e animais, desempenharam um papel marcante na expressão artística da arquitetura Art Nouveau.
Arquitetura Art Déco
O marco histórico primordial do Art Déco foi a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925, evento do qual derivou o próprio nome do estilo.
Nesse pedaço da evolução da arquitetura, temos a fusão de um design moderno com elementos tradicionais, que incluía misturar artesanato refinado e materiais luxuosos como jade, laca e marfim.
Depois da década de 1930, a arquitetura Art Déco passou a interagir de maneira mais estreita com a produção industrial e a viabilidade da reprodução em massa. É nesse período que o estilo arquitetônico agrega materiais como concreto e aço, e que obras icônicas como o Empire State Building em Nova York surgem para marcar essa estética. Assim, a paisagem urbana começa a ser marcada por edifícios imponentes e inovadores.
No Brasil, o Teatro Carlos Gomes e a Estação Central do Brasil, ambos no Rio de Janeiro, são destaques representantes da arquitetura Art Déco.
Arquitetura Moderna
A arquitetura moderna não é um movimento único, e sim a junção de diversas escolas arquitetônicas marcantes das décadas de 1920 a 1960.
Os princípios fundamentais da arquitetura moderna refletem-se em espaços abstratos, geometria definida e na ausência de ornamentos. A expressão arquitetônica dessa época incorpora materiais aparentes, pilotis, panos de vidro contínuos e outros elementos, todos eles fundamentados nos “Cinco Pontos da Arquitetura Moderna”.
Aliás, esses 5 pontos foram estabelecidos por Le Corbusier, um dos pioneiros da arquitetura moderna, e são os seguintes: fachada livre, janelas em fita, construção sobre pilotis, presença de terraço jardim e planta livre.
No Brasil, não podemos deixar de mencionar as obras de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha como ícones da arquitetura moderna.
Arquitetura Pós-Moderna
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A partir da década de 1960, os arquitetos reavaliaram e questionaram alguns aspectos da arquitetura moderna, propondo uma relação mais harmoniosa entre os edifícios e o entorno, e uma mistura maior entre elementos antigos e contemporâneos. A ênfase recaiu na consideração cuidadosa de alturas, escalas e modulações, buscando uma integração mais coesa na paisagem urbana.
Os arquitetos pós-modernistas também propuseram uma maior liberdade para que os criativos expressassem suas visões e uma participação mais ativa dos clientes na concepção das obras, enriquecendo o processo criativo com suas opiniões.
Ao longo do final dos anos 90, a arquitetura pós-moderna se dividiu em uma variedade de novas tendências, incluindo a arquitetura high-tech e neo-futurista. Dessa forma, o pós-modernismo não apenas desafiou as normas estabelecidas, mas também catalisou uma transformação profunda na arquitetura. No Brasil, o Edifício Rainha da Sucata, em Belo Horizonte, é um dos marcos desse movimento.
Arquitetura Contemporânea
E chegando no atual momento da evolução da arquitetura, temos a arquitetura contemporânea. Nesses últimos anos, surgiram várias tendências arquitetônicas divergentes, como a sustentável, a futurista e o desconstrutivismo.
Todas essas tendências influenciaram o conjunto de características que compõem a arquitetura contemporânea. E essas características são, principalmente, voltadas para o uso de novos materiais. Elementos naturais e matérias primas recicláveis recebem grande destaque nesse estilo arquitetônico, assim como as novas tecnologias.
Outro princípio marcante da arquitetura contemporânea é a busca por soluções para a vida moderna, como a funcionalidade, o conforto térmico, o design dinâmico e a economia sustentável.
No Brasil, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói é uma das obras representantes desse movimento.
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