Amante das linhas simples e do belo, Rodrigo Fagá projeta lado a lado a vida e a sua arquitetura
Pessoa simples, de voz e felicidade contagiantes, amigo para toda a vida e amante da arquitetura, a qual tem como ofício, Rodrigo Fagá alimenta a sua alma quando vê o brilho no olhar das pessoas, seja na intimidade ou na apresentação de um projeto, na sua construção ou nele finalizado. “É do meu ser levar o sorriso e a minha gentileza para quem quer que seja, do porteiro da obra ao engenheiro, e acredito que a vida acaba me devolvendo isso em forma de ‘presentes’.”
Paulistano, mudou-se para a capital alagoana ainda na adolescência e apaixonou-se pelo que viu por lá. Acredita que a sua influência é um somatório do viver na metrópole e o momento em que se vê inserido em uma capital do Nordeste, “com esse mar exuberante e a relação que tenho aqui, mais íntima, com a natureza”, e continua: “As minhas atitudes refletem também a minha formação, não a educacional, mas no sentido de eu não ter tido pai e provar para mim que eu era capaz de retribuir para a minha família todo o apoio que ela me deu”.
A arquitetura surgiu na vida de Fagá quando acompanhava o seu avô, que sempre estava fazendo algo na casa, um galpão no sítio da família em Atibaia, onde plantava-se café. Desse galpão, surgiu um quarto, depois outro, a sala… tudo feito com muito afeto, o qual o profissional carrega até hoje quando lembra do fazer a massa, assentar tijolos.
Na juventude, fez escola técnica na área de edificações. Posteriormente, graduou-se em arquitetura e urbanismo e não parou. Fez ainda, especializações em iluminação e design de interiores, cursos imprescindíveis para a área. E, em 2002, surge o Fagá Arquitetura já com projetos de interiores e reformas de casas: “E num passo após outro apareceu um anjo – tenho vários anjos na minha vida – e confiou o projeto completo da sua própria casa, que foi destaque em alguns editoriais da arquitetura, tanto regional como nacional, da época. E isso, para um profissional jovem e fora dos grandes circuitos, traz peso e muita responsabilidade”.
De lá para cá, a ascensão do Fagá Arquitetura foi como um meteoro: novos projetos, formação de equipe e algumas pessoas já querendo rotular a sua arquitetura. Porém, como já foi dito pelo profissional e repetimos: ela é a influência do que ele viveu somadas às técnicas e experiências do que estudou, sem catalogações! Hoje, conta com projetos no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste: em São Paulo, em Uberlândia, no Rio de Janeiro, em parceria com Shundi, e em sua terra natal, com casas de campo e um prédio corporativo na capital. E já com propostas para cruzar o Atlântico.
Seu time é dinâmico, versátil e possui uma estética apurada ímpar. Constroem casas, edifícios, hotéis e projetos corporativos tudo ao mesmo tempo. E, independente do tamanho e tipo de projeto, todos são especiais.
E tem novidades a caminho! No último ano, o escritório iniciou um projeto muito autoral “despido de camadas e influências de tudo o que eu acredito da arquitetura modernista, para criarmos um resgate, um tributo de uma arquitetura muito vernacular aqui no Nordeste: um hotel boutique”.
Acima e da esquerda para a direita: detalhe da cuba, espelho e bancada feita com dormente de linha de estação de trem no lavabo. Na sequência, a cozinha com destaque para a mesa de Guilherme Torres. Em seguida, detalhe do quarto do casal.| Execução: Uniflex | Maceió | Fotos: Sarah Medeiros | Produção: Aldi Flosi