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Gênio das artes


dono de uma estética ímpar, que transita nos circuitos moda, arte e design, Rodrigo Almeida é um artista completo.

A reforma foi pensada e executada pelo escritório gaúcho Tartan Arquitetura e Urbanismo, pilotado pelas jovens Bruna Franz e Camila Mirapalhete, que capricharam no projeto com uma linguagem mais contemporânea para atender ao mercado e “mais impactante em relação à antiga. Atingindo de forma mais expressiva o mercado dos profissionais da arquitetura e interiores da cidade e região com uma roupagem moderna e diferenciada, sem deixar de respeitar os parâmetros das Lojas Uniflex”, comentam as arquitetas Bruna e Camila.

Explorador ávido e de mente criativa com busca constante em suas raízes para criar as suas peças, Rodrigo Almeida sempre encontrou no desenho o amor pela profissão e o reconhecimento em terras estrangeiras não demorou para aportar em sua vida, com exposições em grandes feiras e trabalhos integrando coleções permanentes em grandes museus do globo, entre eles o Centre Georges Pompidou, em Paris, e o MAD – Museum of Arts and Design, em Nova York. Além de coleções privadas como a de Li Edelkoort, uma das mais renomadas consultoras de tendências internacional.
Artista completo, Almeida faz mágica com as mãos, seja criando moda, design ou até mesmo artes plásticas.

De voz macia e ideias brilhantes, é fácil fascinar-se pelo artista e suas obras carregadas de narrativas tanto em sua estética como no uso dos materiais nacionais: da corda tramada
com perfeição à madeira do jacarandá à roxinho, ambas utilizadas fazendo o uso consciente, por exemplo, com o reuso de mobiliários que seriam descartados.

De fora para dentro, no Brasil, as suas obras tornaram-se referência quando o tema é originalidade e estética contemporânea.

Em entrevista com Uniflex, Rodrigo Almeida conta sobre a sua trajetória, o amor pelas artes, o seu processo criativo, como está o seu presente e o que podemos esperar para o futuro.

Uniflex: Quando e como surgiu o desejo de Rodrigo Almeida pelos universos do design e da arte?

Rodrigo Almeida: Esse sempre foi meu impulso, nunca tive outro desejo, sempre desenhei compulsivamente. O design eu entendi bem mais tarde porque a cultura de projeto ainda é
restrita, é uma profissão nova. Eu demorei algum tempo para entender que eu não precisava escolher ser artista ou designer e que um artista pode variar de suporte. Parece simples,
mas viemos de uma cultura da especialização, herança de uma mentalidade industrial, estamos no começo de um novo momento.

Uniflex: Rodrigo Almeida possui uma das mentes – e peças, é claro! – mais brilhantes. Sejam elas arte ou design, ou design art, encantam pela sua estética, pela escolha dos materiais e
cores utilizadas. Como é o processo criativo de Almeida?

Rodrigo Almeida: Eu tento não atrapalhar a minha intuição. Mas é difícil entender até que ponto a racionalização do projeto ajuda, e em que ponto pode atrapalhar. Acredito também ser importante criar um relato, uma narrativa do que você é. Eu, por exemplo, sou filho de pretos, índios e europeus. Essas raízes não podem ser uma inspiração. Elas têm de ser um depoimento do que eu sou materializado nos objetos que projeto.

Uniflex: Podemos definir que a estética de Rodrigo Almeida é criada a partir da cultura ancestral brasileira?

Rodrigo Almeida: Sim, no que se refere à minha ancestralidade, que é a mais antiga. Mas não necessariamente a mais importante, já que somos diversos.

Uniflex: Da moda ao design arte, nos conte um pouco sobre a sua trajetória…

Rodrigo Almeida: Sou artista visual. A especialização do suporte nunca me convenceu. A princípio, achei que as artes plásticas seriam a minha única área de atuação. Depois, descobri a
vestimenta por meio da moda e, por fim, o design que conta por intermédio dos utensílios a nossa história. São todos objetos criados pelo homem. Na verdade, isso é que me fascina.

Uniflex: Rodrigo Almeida possui peças no acervo permanente de importantes museus do globo. Como é para Almeida a importância de estar presente nessas instituições? Houve
alguma passagem singular que você pode nos contar durante o processo de negociação com alguma delas?

Rodrigo Almeida: Foi muito importante porque, na verdade, eu nunca pensei em fazer móvel para vender, a minha mentalidade sempre foi de construir um repertório, uma obra. O reconhecimento de instituições como CNAP (Centro Nacional de Artes Plásticas Francês) e fazer parte de coleções importantes como a de Li Edelkoort foram decisivas para reforçar
as minhas escolhas que focaram na construção de uma obra, e não da venda imediata.

Uniflex: No quesito feiras e exposições on-line ou presencial, as suas peças estiveram e estarão presentes em grandes exibições, sejam elas no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Como Almeida vê o atual e futuro cenário desses eventos?

Rodrigo Almeida: Há alguns anos as lojas, as galerias e o design companies estão sofrendo com a redução de vendas. A indústria do móvel é fragmentada, e o design ocupa uma pequena
parcela do bolo. O que se produz em massa é, infelizmente, uma arte decorativa de baixa ou mediana qualidade. No meu caso, a interface com o mercado é feita quase que totalmente
por intermédio da Galeria Legado Arte. Neste ano, trabalhamos em lançamentos no Ambiente Fair, em Frankfurt, mas já expusemos em Nova York, além de diversas exposições no Brasil.

Uniflex: Como você vê o presente e o futuro do design no Brasil?

Rodrigo Almeida: O grande problema é que os brasileiros são viciados em ‘templates’. Tenho a impressão de que o desejo de consumo é guiado por modismos, sem uma relação verdadeira
com os objetos. Vejo designers novos perdidos em imagens escandinavas porque é isso que o mercado quer: um móvel modernista leve. Até as reedições têm essas características.
Mas os reais avanços e as reais importâncias são feitos e entendidos por poucos. O trabalho que estamos realizando na Galeria Legado Arte é um exemplo disso.

Uniflex: Como está o presente e o que podemos esperar do futuro de Rodrigo Almeida?

Rodrigo Almeida: É um presente de muitas mudanças: de endereço, de estilo de vida, de novos projetos, novas formas de produzir… 2020 é um ano propício para este tipo de gestação. O futuro será uma nova guinada, mais madura e coesa.

A cerâmica é tão presente na história humana que seus fragmentos são alguns dos mais
valiosos achados arqueológicos, pois permitem não somente a datação dos achados, como
contam hábitos e costumes de tempos já esquecidos. Essa mistura de terra, água, fogo e ar
não ganharia vida sem um quinto elemento, a mão humana. Essa quintessência transformou
o que era uma necessidade funcional do ser em expressão de arte.

Francisco Mendes, sócio da Galeria Legado Arte, para o livro da exposição ‘Coleção Herbário’, de Rodrigo Almeida no espaço

São peças únicas, texturizadas, modeladas e pintadas à mão, em uma fatura manual artística
que valoriza a energia e o poder de comunicação do projeto. Uma rara coleção dedicada à
arte da cerâmica em que a criação, o experimento e a pesquisa são o foco.

Rodrigo Almeida para o livro da exposição ‘Coleção Herbário’, na Galeria Legado ArteRodrigo Almeida para o livro da exposição ‘Coleção Herbário’, na Galeria Legado Arte
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