Modernos Eternos SP com Uniflex
A arquitetura moderna brasileira surge em um período em que a procura por uma identidade nacional vive o seu apogeu com a busca e incorporação de elementos não apenas na literatura como, também, na arte, nos costumes e nas influências das vanguardas construtivas europeias.
Em São Paulo, ainda no início da década de 1920, essa identidade foi aprimorada por uma elite de intelectuais e artistas cujos Manifestos tinham o intuito de opor-se à política e às contradições sociais.
Em seguida, entra em cena o Theatro Municipal de São Paulo, palco da Semana de Arte Moderna de 1922, onde Anita Malfatti e Di Cavaltanti protagonizam ao lado de outros artistas o que viria a ser a primeira manifestação coletiva e pública na história cultural brasileira.
Em 1923, chega ao Brasil o arquiteto Gregori Warchavchik, imigrante ucraniano naturalizado brasileiro, e com ele o seu manifesto ‘Acerca da Arquitetura Moderna’:
“O arquiteto moderno deve amar sua época, com todas as suas grandes manifestações do espírito humano, como a arte do pintor moderno ou o poeta moderno deve conhecer a vida de todas as camadas da sociedade (…).”
Trecho publicado originalmente em 1a de novembro de 1925 no Correio da Manhã, Rio de Janeiro.
Nos finais dos anos 1920, Warchavchik constrói as primeiras residências modernistas brasileiras na capital: a da Rua Santa Cruz, em 1928, a da Rua Itápolis, em 1929, e a da Rua Bahia, em 1930. Esta última é tombada pelas três Instâncias do Patrimônio Histórico Nacional, Estadual e Municipal, e será o cenário, neste ano, da 7a edição da mostra Modernos Eternos SP.
Destemido e valente, Sergio Zobaran, idealizador e sócio da Modernos Eternos SP e BH, é o primeiro a apostar no formato 100% digital de uma mostra de decoração, e afirma: “as real, as possible”. Afinal, vivemos um período de distanciamento físico necessário, mas a vida e os negócios precisam continuar.
Com abertura confirmada para 7 de setembro, o visitante poderá conferir e esmiuçar a Casa da Rua Bahia e seus espaços, que serão ambientados por 40 escritórios brasileiros. Outra novidade é que ela terá a participação de profissionais dos Estados Unidos, da Itália e da China.
A mostra virtual apresentará os ambientes da casa recheados do bom design, todos à venda, e uma programação cultural intensa de lives com parentes dos modernistas, marcas e gente engajada com o tema.
Foto: Ilana Bessler